segunda-feira, 26 de outubro de 2009

CANTAR DA ALMA

QUE REJUBILA POR
CONHECER A DEUS PELA FÉ












«Que bem sei eu a fonte que mana e corre,
mesmo se é noite!
bh
hb
jbjAquela eterna fonte está escondida.
Que bem sei onde tem sua guarida,
bbmesmo se é noite!
bv
bv
hbmSua origem não a sei, pois não a tem,
mas sei que toda a origem dela vem,
nnnmesmo se é noite,
nb
nb
nnnSei que não pode ser coisa tão bela,
e que céus e terra bem dela,
gggmesmo se é noite.
mn
mn
mnnBem sei que nela chão não se há-de achar,
e a pé ninguém a pode atravessar,
nnnmesmo se é noite.
n
m n
nnnNunca é a sua luz escurecida
e toda a claridade lhe é devida,
nnnmesmo se é noite.
jj
jj
jjbjSei caudalosas ser suas correntes,
que infernos e céus regam, e as gentes,
nnnmesmo se é noite.
bb
nn
mmmDesta fonte é que nasce uma corrente
que eu sei que é tão vasta e omnipotente,
nnbnmesmo se é noite.
nn
jj
nnnEsta eterna fonte está escondida
neste tão vivo pão pra nos dar vida,
jjnjmesmo se é noite.
nn
nn
nnnAqui está ela a chamar as criaturas:
nela se fartem, embora às escuras,
jbjjporque é de noite.
jj
jj
jdjjEsta fonte tão viva, que desejo,
neste pão de vida é que eu a vejo,
bbnmesmo se é noite.»
nn
nn
bbbbbS. João da Cruz (monge reformador do segmento masculino da ordem dos carmelitas/ poeta místico; n. Castela, 1542; m. Andaluzia, 1591) in Poesias Completas, ed. Assírio e Alvim, Lisboa, 1990 (trad. José Bento), pp. 61-63

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